sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Samia Yusuf Omar

In Publico por Tiago Pimentel


O sonho olímpico de Samia Yusuf Omar 

morreu a caminho de Itália



O mundo reparou em Samia Yusuf Omar na manhã de 19 de Agosto de 2008: a jovem somali de 17 anos competia nas eliminatórias dos 200m nos Jogos Olímpicos de Pequim. Foi a mais lenta das 52 atletas em prova, com uma marca de 32,16s. Um registo muito mais lento que o recorde do mundo (21,34s), mas mesmo assim suficiente para ser a melhor marca pessoal da velocista somali. E para cumprir o grande objectivo que a tinha levado à capital chinesa: participar nos Jogos Olímpicos.
Os segundos de atenção mediática passaram e Samia regressou à Somália: “Foi uma experiência espectacular. Levei a bandeira da Somália, desfilei com os melhores atletas do mundo”, diria. Quatro anos depois, ninguém deu pela falta de Samia Yusuf Omar em Londres 2012. Agora, chega a notícia de que morreu quando tentava atravessar o Mediterrâneo, de barco, a caminho de Itália.

A história foi inicialmente contada por Igiaba Scego, escritora italiana de origem somali, no blogue do jornal italiano “Pubblico”. E reproduzida por toda a imprensa mundial, como um exemplo do sonho olímpico e dos sacrifícios que um atleta faz para o perseguir. Num vídeo da prestação de Samia Yusuf Omar em Pequim publicado no YouTube, acumulam-se as mensagens de condolências. Scego cita o ex-atleta Abdi Bile, o primeiro somali a sagrar-se campeão nuns Mundiais de atletismo, em 1987, nos 1500m. “A raparida, Samia, morreu... Morreu por tentar atingir o Ocidente. Tinha apanhado um barco na Líbia, que a devia levar para Itália. Mas não conseguiu. Era uma boa atleta. Uma óptima rapariga”, contou Bile em Mogadíscio. Citado pelo diário espanhol “El País”, o treinador da atleta somali, Mustafa Abdelaziz, conta que Samia Yusuf Omar continuou sempre a treinar-se no Estádio Olímpico de Mogadíscio para conseguir um lugar em Londres 2012. Falhado esse objectivo, a jovem apostou em chegar à Europa de maneira a ter condições de treino. E assim seguir o exemplo de outro somali: Mo Farah, nascido na Somália e campeão olímpico nos 5000m e 10.000m em Londres 2012, pela Grã-Bretanha.

Conta ainda o “El País” que a mãe de Samia terá vendido um pequeno terreno que tinha para pagar a viagem à filha. A velocista era a mais velha de seis irmãos, tendo já perdido o pai na guerra que há décadas assola o país do corno de África. “Estamos felizes pelo Mo [Farah], é o nosso orgulho. Mas não esquecemos a Samia”, resumiu Abdi Bile. Duas vidas, dois sonhos, dois finais tão diferentes.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O FIM DA INGENUIDADE

EM BREVE!

ANGOLA EM ÁGUAS AGITADAS!


A MUDANÇA, OU A INEVITABILIDADE DA CONTINUAÇÃO?


Porque acho o presidente dos Santos diferente, dos seus pares africanos?
Para mal dos pecados dos seus desafectos, o homem tem postura exigida a um líder, não é, e nunca vai ser perfeito, porque isso seria a mutação da essência humana, (não nascemos para sermos perfeitos, podemos até evoluir, mas chagar a estado de perfeição, isso nunca) as inúmeras denúncias (sobre corrupção, abusos de direitos humanos, violações da liberdade de imprensa e exclusão sócio-económica em Angola) contra ele e seu partido, são frequentes, é assim há anos, quando se está no poder há 32 anos, outra coisa não é de se esperar, não há seguro contra a vitalidade e validade, todos vivemos um ciclo, depois do apogeu vem a queda, e consequentemente o fim! Mas tanto ele, como o seu partido, querem escapar a essa inevitabilidade, a situação é complexa, porque, entre os que realçam a sua faceta de pacificador do país e unificador do partido, de bom diplomata, de ser um líder incontornável na África Austral, capaz de colocar angola no mapa das nações, há também aqueles que, por outro lado, dizem que esses atributos de Eduardo dos Santos se fazem ao preço do autoritarismo e da personalização do poder, da corrupção e da lei do silêncio dentro do MPLA, do controlo da UNITA e do resto da oposição e da colocação do Estado ao serviço dos interesses de uma pequena elite. 

Alguns activistas, como por exemplo Rafael Marques, consideram que "José Eduardo dos Santos é hoje o problema principal de Angola" (Público 25 Setembro 2011). Mudar o status quo da situação política angolana, não é fácil, (para dizer ser sincero, não é apenas uma vivência da angola apenas, basta observar com atenção o globo) imaginemos que por um instante a vitória da Unita nas eleições, alguém pode dizer com exactidão o desenrolar desse acontecimento? A Unita tem experiência e condições para levar o país para a frente? Acontecer isso, que hipóteses existem dessa mudança dar certo?  Concordo que a substituição pacífica de José Eduardo dos Santos seria certamente um bom começo para a vida política daquele país, mas neste instante, a pergunta não é quando, mas sim, como faze-lo, sem que haja um retrocesso para o país? Basta relembrar, o que a saída do poder do PAIGC, provocou na Guiné Bissau,(salvas as devidas comparações) não dá para de uma vez ou de noite para o dia mudar todo um sistema instalado no poder por décadas, mesmo exigindo (que é seu por direito, ou seja reivindicarem eleições "livres, justas, pacíficas e democráticas" e o direito de acesso igual à riqueza e à justiça.) mesmo tendo em conta toda essa revolta, só há uma forma para a população acabar com o seu descontentamento, face às mentiras e à falta de alternativas políticas, sociais e económicas, é uma demonstração de amadurecimento, social e politico, se não correm o risco de ver as suas pretensões ser adiadas ad eternum. A angola, não tem muitas saídas. 

Além disso, ela é uma referência no mundo lusófono, porque uma angola estável e democrática teria reflexos muito positivos, angola é muito importante o que ali for feito de bom, ou de mau, será sempre relevante. Por isso, é perfeitamente normal que angola influencie os outros Estados e que as pessoas acompanhem de perto o que ali está a acontecer, tendo em conta a realidade social, económica, política, ideológica e cultural que angola vive. Pessoas, têm ido às ruas para protestar contra a recandidatura do Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que está há 32 anos no poder, são cada vez mais os políticos e os membros da sociedade civil que consideram não estarem reunidas as condições políticas e materiais para que os angolanos possam ir às urnas, vários activistas angolanos defendem o adiamento das eleições de 31 de Agosto. Recentemente, a coligação liderada por Abel Chivukuvuku, dissidente da UNITA, anunciou em Luanda que está a avaliar uma impugnação à lista do MPLA!


Continua...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

SPECIAL ANGOLA III



O TIGRE BRANCO!


Muitas foram as questões sobre o Special Angola, porque afirmo que as eleições podem mudar a conjuntura da democracia Angolana, e de uma boa parte da áfrica em geral? Dos vários e-mails que recebe, houve concordância com o tema, críticas e uns tantos cépticos. Um particularmente me chamou atenção, PORQUE NÃO ME PREOCUPAR COM A GUINÉ EM VEZ DE ANGOLA? (A IGNORÂNCIA É UMA DOENÇA) E MAIS... EU, DEVERIA ME PREOCUPAR-ME COM “MACACOS” VULGO MILITARES DA GUINÉ (HAJA PACIÊNCIA PARA TANTA POBREZA DE ESPÍRITO) 

Meu caro leitor, 
Se você, apenas se vê com Angolano, então lamento por si, 
É, exactamente por me preocupar com a terra que me viu nascer, que me faz olhar com especial atenção a situação dos meus irmãos e irmãs angolanos, eles e elas que desde o tempo do colégio e faculdade (Portugal) e no Brasil, fazem parte da minha vida, dito isto... 

Há algum tempo que ando preocupado, nada demais à não ser claro, uma questão, as eleições em Angola... A minha preocupação teria sentido, se fosse Angolano, mas como não sou, porque haveria de me preocupar? Para início de conversa, sou africano, isso por si só já me garante a cidadania Angolana, Queniana ou Sul-africana, por ai fora, um africano não tem nacionalidade, tem uma causa e uma paixão, e para azar dos seus pecados esse amor por seu continente, é também por ventura, sua desgraça! Sem entrar e grandes considerações sobre os candidatos individualmente, devo dizer que acredito que o próximo provavelmente não será um grande presidente mas será um presidente necessário. 



“Pacificador, autoritário, grande diplomata, líder corrupto. E ao mesmo tempo capaz de uma serenidade invejável nos momentos mais críticos da história recente de Angola onde há 32 anos ocupa o poder.” 
Sobre José Eduardo dos Santos, muito pouco se sabe. Mas para aqueles que conhecem bem o Presidente - que completa este ano três décadas no poder em Angola -, o que ele mostra publicamente é aquilo que é: calmo, ponderado e capaz de uma grande serenidade, mesmo em momentos críticos de guerra ou de paz no país. Sem inquietações. Pelo menos na aparência, José Eduardo dos Santos soube sempre manter uma tranquilidade e isso ajudou a uma solução dos problemas adequada à realidade - essa é a visão de uma pessoa próxima do Presidente que falou ao público... 


“Ficou célebre o discurso na tomada de posse em 21 de Setembro de 1979, quando substituiu o primeiro Presidente Agostinho Neto, falecido por doença. "Não é uma substituição fácil, nem tão-pouco me parece uma substituição possível, é apenas uma substituição necessária", disse então.” (jornalista Ana Dias Cordeiro, in publico (08.03.2009)

Qualquer um que escreve, seja ele jornalista, comentador, ou blogueiro como eu, deve ser verdadeiro, exacto, e em nenhuma circunstância ser parcial (deveria ser assim) no entanto... Por isso antes de desenvolver o texto, uma confissão, tenho pela pessoa do senhor presidente Dos Santos, um respeito pelo carácter de líder que ele é de facto, (muito diferente da maioria dos seus pares africanos) Admiro-o por; o que ele mostra publicamente é aquilo que é: calmo, ponderado e capaz de uma grande serenidade, mesmo em momentos críticos de guerra ou de paz no país. Sem inquietações.
Se ele representa ou não, não cabe a mim fazer esse julgamento!


Dos Santos, MPLA e os Angolanos...

"Qual é o mais raro dos animais, em qualquer selva? A criatura que aparece uma vez em cada geração? O tigre branco". É ele esse animal invulgar. O "Tigre Branco" dá conta de uma cristalização, em que cada um deveria conhecer (e aceitar) a sua função.

“Nem mesmo críticos e opositores do Presidente José Eduardo dos Santos e do MPLA acreditam que o resultado das eleições que Angola vai ter dentro de dois meses possa ser outro que não uma vitória do partido no poder. Instalado na máquina do Estado e com o controlo da comunicação social oficial - a única com capacidade para cobrir a generalidade do território - é improvável que o partido que governa desde a independência sofra uma derrota.” 

Hoje, tive antecipar este post, porque ao falar com um amigo jornalista, angolano, ele me disse, que Angola, poderia estar a beira de um novo conflito, não sei até onde as suas emoções o trairão, uma vez que ele é fervoroso defensor da sua pátria, mas que existe uma turbulência, lá existe, não adiante negar! Ele crítica com mágoa o MPLA, ele deve saber mais do que eu os seus motivos para tanta crítica. Para ele, o problema em Angola, foi, é, e por ventura sera sempre o MPLA! Eu discordo, não que o MPLA, ou seu decano presidente, sejam isentos de responsabilidades longe disso...

Contínua














quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PASSADO PERFEITO, À PRESENTE IMPERFEITO II !

 GERAÇÃO RASCA!


Ainda que possa parecer irónico ou uma piada de muito mal gosto, alguns líderes africanos deram ao mundo exemplo de democracia. No último post, falei de Mandela e Cabral, mas podia ter falado de Kwame Nkrumah, Leopold Senghor, Samora Machel, Agostinho Neto, Julius Nyerere, ou de Patrice Lumumba de entre muitos outros, porque a influência de qualquer um destes homens ultrapassou as fronteiras da áfrica. Cada um deles, a sua imagem, estratégia política ou magnetismo pessoal, exerceram um efeito transformador em qualquer um de nós de uma forma extraordinária, décadas pôs seu desaparecimento físico, continuam presentes, nos livros, discursos e sobretudo em pensamento, os valores pelos quais lutaram, e incutiram aos seus semelhantes, visavam, a liberdade, colectivismo, alteram o curso da história contemporânea africana. Estes homens foram os precursores do pensamento modernista africano, criaram um padrão, que se entendia que era “fácil” de seguir, porem as gerações vindouras a eles, reformularam o estilo de liderança e o pensamento vanguardista, como consequência dessa mudança, a áfrica conheceu uma nova realidade, a qual não estava preparada, essa nova formula de pensar e liderar a áfrica, provocou uma nova ebulição africana, que pode ser ilustrada, com décadas de crises de valores muito profunda, uma geração de lideres sem escrúpulos, predadores dos recursos disponíveis, sem respeito pelo bem comum e pela salvaguarda da natureza, sem sentido de responsabilidade perante as gerações futuras.

A África entrou no século XXI, com ideias do liberalismo e do mercado livre, que aliadas as promessas de uma nova democracia representativa, já que pelo o continente, generalizavam-se os regimes de multipartidarismo e emergiam novos líderes africanos, um novo discurso político marcava a vida política de muitos países, estes novos cenários, pareciam que iram finalmente fazer o continente florescer, com tudo, o falhanço foi total e completo, porque o continente africano continua na cauda do pelotão do desenvolvimento, a ascensão económica e social de uma dezenas de países, não pode disfarçar essa paisagem. Contínua um continente onde existem crianças desnutridas, uma esperança de vida média, um índice de analfabetismo elevado, onde dezenas de milhões têm necessidade de estradas, saneamento básico, escolas e centros de saúde. Enquanto os líderes do passado, assumiram a causa do colectivismo, os líderes deste novo milénio, agem sem regras, sem ética e sem sentido do bem comum, impelidos por egoísmo pessoal e de grupo. “Os líderes políticos africanos dão hoje uma triste imagem de si, apegados ao poder político que defendem com golpes de armas e de leis feitas para manterem os seus privilégios. Os interesses dos seus povos, o progresso económico e cultural das nações, as condições de vida e saúde dos cidadãos, os direitos humanos fundamentais, a paz e a harmonia entre as comunidades étnicas, o futuro do continente, tudo fica para trás, hipotecado a uma geração de líderes que detém o poder pela baioneta e o usa para explorar em benefício próprio os recursos naturais do continente.” 

"Até agora, a geração dos nossos avós, dos nossos pais, e consequentemente a nossa geração, incluindo, falharam em encontrar uma estratégia ou coragem de combater o problema", "Esta falta de visão colectiva a longo prazo e de liderança é indesculpável". Em Hindbwaraj (Autonomia para Índia), o livro mais importante de GHANDHIE e provavelmente o mais citado na actualidade, ELE, escreveu; Eliminem a pobreza crónica e o analfabetismo, e terão o espécime refinado do que deve ser um cidadão livre, instruído e culto [...] observar a moralidade é a atingir o domínio das nossas mentes e das nossas paixões! Agindo desse modo áfrica, se conhecera a si próprio! Se está profecia estiver certa, então os africanos, nada têm a temer ou apreender com quem quer que seja.





domingo, 12 de agosto de 2012

ANGOLA II

AS ELEIÇÕES QUE PODEM MUDAR O QUADRO POLITICO EM ÁFRICA
EM BREVE!

SPECIAL ANGOLA!

A N G O L A 


Todo erro tem a sua conseqüência... Toda regra uma excepção... Um relógio parado está certo duas vezes por dia... Cada um com a sua sina, cada um com a sua sorte. O que levanta uma questão... Se eu não ceder, é porque não vou desistir de ser quem sou... E se o raio de luz não surgir para clarear a escuridão, e a nuvem cinzenta insistir em me acompanhar, vou ser forte e ter coragem de querer não ceder, nem desistir por mais que este jogo seja incerto e não possa prever o resultado... Vou aguentar porque a esperança é a última a morrer. Se assim não for, em que vou acreditar?



quinta-feira, 9 de agosto de 2012

PASSADO PERFEITO, À PRESENTE IMPERFEITO!


UM PASSEIO PELO PASSADO, COMO A FORMA DE REINVENTAR O PRESENTE...

Hoje, um simples e justa análise ao impacto de certos timoneiros ou estadistas que eu considero dos mais importantes que a áfrica já conheceu, durante ou pôs século XX.
Amílcar Cabral e Nelson Mandela. Tanto um como outro, são figuras e referências incontornáveis! Pauta ser necessário revisitar o pensamento inspirador de Amílcar Cabral, e as lições de vida, amor e coragem de Nelson Mandela.

"Sou um simples africano" 

Considerado o "pai" das nacionalidades Guineense e Cabo-Verdiana, Amílcar Cabral, foi um dos mais carismáticos líderes africanos cuja acção não se limitou ao plano político, "Amílcar Cabral nasceu guineense e cabo-verdiano, numa generosidade pan-africana que, paradoxalmente, haveria de ser a sua desgraça. Foi uma das figuras mais interessantes do século XX, uma espécie de melhorada (muito melhora) de Che Guerra africano. O facto de o seu nome e de a sua obra dizerem hoje tão pouco às novas gerações de intelectuais africanos, e de ser praticamente desconhecido fora do continente, afigura-se uma enorme injustiça." Amílcar Cabral assume uma figura de destaque no continente Africano, como um dos líderes mais influentes, e sensatos. Um ser humano é sempre produto de um tempo e da história do tempo em que viveu. Mas também pode ser protagonista desse mesmo tempo e dessa mesma história. Sendo certo que um homem só nunca fez a história e ser até perigoso atribuir o sucesso de uma revolução a acção particular de um indivíduo, permitir-me-á enfatizar a centralidade da figura de Amílcar Cabral não só no quadro do seu partido e dos movimentos de libertação da Guiné e Cabo Verde, mas também de outros movimentos de libertação das colónias portuguesas de África. Foi ele quem conferiu clarividência, consistência e significado ao processo revolucionário da Guiné e Cabo Verde. Pode resumir-se a vida de Cabral à sua frase "Sou um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo e viver a sua época... “Se eu morrer amanha, nada mudará na evolução inelutável da luta do meu povo e de sua vitoria... Pois teremos dezenas, centenas de Cabrais no nosso povo. “A nossa nação encontrará um militante para tomar o testemunho”.

UM HOMEM COMPLEXO!

A poucos homens de nosso tempo o termo "herói" não soa como um apêndice presunçoso. Certamente Nelson Mandela é um deles. Ao libertar um país de um sistema de violência e preconceito, unindo, com coragem e rara perspicácia, opressores e oprimidos sob um genuíno projecto de nação, Mandela (Madiba, como é calorosamente chamado por mais próximos) modificou uma história de dor, luto e ódios seculares na África do Sul. 

O último herói... 

Desejamos ter heróis, mas existem muito poucos. Nelson Mandela talvez seja o último herói puro do planeta. É o símbolo sorridente do sacrifício e da integridade, reverenciado por milhões como um santo vivo. Mas essa imagem é unidimensional. Ele seria o primeiro a lhes dizer que está longe de ser um santo - e isso não é falsa modéstia. " Não há ninguém que eu admire mais do que Nelson Mandela, ele é inteligente e tocante... Eu fui inspirado novamente e sei que outros também o serão, tive o privilégio de o conhecer" - BILL CLINTON.
Ele irá convencê-lo por meios da lógica e do argumento ou por meio de charme - geralmente uma combinação de ambos. Ele sempre irá convencê-lo a fazer algo, em lugar de ordená-lo. Ele necessita que gostem dele. Gosta de ser admirado. Odeia desapontar. Quer que, depois de encontrá-lo você vá embora pensando que ele é tudo o que sempre imaginou. Um episódio revela quem é este líder," Certa vez, seu filho mais velho perguntou-lhe porque ele nunca podia passar a noite em casa? Ao que ele respondeu que havia milhões de outras crianças sul-africana que precisavam dele também! É uma coisa terrível para dizer ao próprio filho, em muitos aspectos, esse sacrifício foi a maior dor que ele conheceu. 

"A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre." - "A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias."

“Voz do sangue”
Palpita-me os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue
Ó negro esfarrapado do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South
Ó negro de África
negros de todo o mundo
eu junto ao vosso canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.
Eu vos acompanho
pelas  emaranhadas áfricas
do nosso Rumo
Eu vos sinto negros de todo o mundo
eu vivo a vossa Dor meus irmãos.
(A renúncia impossível)

Agostinho Neto

( contínua )
















DESPERTAR

Esta na hora para que os chefes de estados dos países africano, reafirmarem os seus compromissos como as suas respectivas nações, está mais que na hora de trabalhar em favor dos objectivos e reformas ambiciosas que os mesmos se propuseram! Sem uma acção coordenada, persiste o risco de uma debilidade contínua, para evitar essas crises, é preciso trabalhar para restabelecer a solidez nas mudanças necessárias e vitais! Em tempos de recessão mundial, a áfrica, pode e deve ser uma boa saída para os investidores estrangeiros!


" Uma visão sem ação é somente um sonho. Uma ação sem visão é apenas um passatempo. Uma visão com ação pode transformar o mundo"  - Joel Baker

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A NOSSA HISTÓRIA!


QUANDO TODOS OS FILHOS E FILHAS DA MÃE ÁFRICA ENTENDEREM ESTAS PALAVRAS, A NOSSA HISTÓRIA VAI VOLTAR A SER LINDA E PURA!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

LINGHTINGBOLT


POR CARLOS DANIEL

Tentei explicar lá em casa por que era tão especial ver Bolt. E rever. É que ver aquilo, e sentir que fazemos - mesmo enquanto espectadores - parte daquela história no momento em que acontece não deve dar direito a replay durante décadas. Talvez não vejamos mais nada igual na vida. E não há-de haver ali doping, que já me bastaram Ben Johnson, quando ainda acreditava na inocência dos campeões, e mais tarde Pantani, o meu ídolo careca das bicicletas, que subia montanhas com uma galopada só comparável à vertigem com que desceu depois para a morte mais anónima. Quem me fez assim, apaixonado pelo desporto, não ia autorizar outra desilusão destas, ainda por cima agora que Armstrong e - agrade-lhe a ele ou não - Contador me trouxeram de volta a paixão da Volta a França, resgatando-me daquele ano trágico em que a uma lenda de verdade se seguiu um Landis aldrabão.
Insisti assim que todos percebessem o que é Bolt, que é mais que Carl Lewis, Bubka, Gebrselassie ou Bekele. É um extraterrestre que nasceu na terra dos humanos mais rápidos, nessa Jamaica do reggae onde também surgiram no mundo Ben Johnson, Linford Christie ou Asafa Powell. A genética há-de ter uma explicação que eu não me convenço só com a papa de mandioca. Tentei explicar Bolt com o mesmo carinho com que gravei em VHS o último jogo do verdadeiro Michael Jordan (pelos Bulls, claro), que mesmo depois de LeBron e Kobe há qualquer coisa que não se voltou a ver. Os mitos constroem-se assim: para mim, Jordan será sempre o homem que ganhava as finais sozinho. É um exagero? É sempre, porque na nossa imaginação os grandes campeões são ainda melhores. Lá, eles nunca falham, nunca jogam mal e acabam sempre a festejar.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

UM AMANHECER... UMA NOVA ESPERANÇA!

No crepúsculo, os olhos cansados e tristíssimos, não sabem como travar as lágrimas diante de um dia mais, rumores, acusações, de tudo um pouco, apenas a dificuldade contínua no seu perpétuo bailado dessincronizado com os Guineenses. Ao horizonte o sol se põe, porém antes o trovão soa como alarme (Todos para dentro) e depois o silêncio é maior! É a hora dos gatos de sete bem vividas vidas, MALDITOS SEJAM OS GATOS, a lua, gentilmente ilumina os ladrões, é sempre assim... Parece que "fechamos" ou alguém na nossa ausência redigiu um acordo com o Lúcifer (O anjo caído em desgraça e se fixou no inferno, que erradamente muitos o apelidam de Satanás) se assim for, está, explicado o ditado popular que diz " SÓ SE VÊ BEM COM O CORAÇÃO" não admire o caos em que se vive, com tantos corações negros na Guiné, quem pode ver com corações repletos de rancor e ódio? Ninguém, dai a cegueira colectiva, mas quem nos pode culpar, nós os escravos dessa terra, da sua sedução e magia, mesmo que ela se sinta atraída pelas sombras e viciada na escuridão.

Mas, algum dia as estrelas irão abrir as portas da claridade, e então os MISERÁVEIS que no passado e presentemente suportam as intempéries e os perigos, como a planta que brota entre as pedras do penhasco, carente de terra onde possa fixar suas raízes, irão se juntar à luta para mostrarem cheios de si, que serão eles a curto prazo os senhores dos seus destinos e ferramentas, VAMOS, JOVENS, ESTUDANTES E SOCIEDADE, pelas ruas e praças, vamos que o ar novo da primavera e liberdade aguardam contra a opressão! Não podemos adiar para outro século as nossas vidas, sobre nossas costas o grito por direito a ESCOLHER, EXPRESSAR E SOBRETUDO DECIDIR, estes são direitos natural a um ser humano, são pedras preciosas da humanidade, e aos nossos olhos, a mais profunda de todas as ROSAS! Liberta-te ó Guiné, liberta-te desse sonho de aguardar que te libertem! Perturbadoramente, as nossas vozes irão ecoar no reino da tirania, se alguém perguntar por nós, avisem que estamos nas trincheiras para converter o silêncio em gritos de BASTA, porque, TEIMOSAMENTE, NUMA LEI DE RESISTÊNCIA, AS FLORES DA DEMOCRACIA BROTAM SEMPRE, SEMPRE! É tempo de renascer hoje com a força e a humildade de ontem!  Tal como disse o BELCHIOR " E O QUE HÁ ALGUM TEMPO ERA JOVEM NOVO, É HOJE ANTIGO, PRECISAMOS TODOS REJUVENESCER" 

DOIS AMANTES FELIZES NÃO TÊM FIM NEM MORTE, NASCEM E MORREM TANTAS VEZ ENQUANTO VIVEM, SÃO ETERNOS COMO É A NATUREZA!

O MAJESTOSO VOO DO ABUTRE BRANCO!


Quando é que tudo começou? Quando o paraíso se tornou um inferno? 
Há algo de senil em nós... Mas é importante que se saiba, a INSANIDADE, não é do foro exclusivo dos guineenses, ela pode ser espontânea ou acidental, mas no nosso caso, as evidencias, estavam e estão lá, é só abrir os olhos, mas para que ou porque abrir os olhos, afinal, não seriamos nós filhos e filhas do óbvio e do absurdo. Nunca fomos bons de escolha, ou melhor aqueles que sabem os caminhos a trilhar, são "gentilmente convidados" a meros figurantes, do género "Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega" (roteirista do filme CIDADE DE DEUS, agradece a referência) Joga-se pelo prazer da derrota, é muito melhor ser uma "ilha" aparte do mundo, porque é mais fácil do que cavalgar entre a eternidade de simbolismos e penhascos. O sangue não se vê a noite, apenas se sente o odor da covardia, este facto por si só explica, porque a noite é negra e cheia de terrores, talvez seja por isso que na escuridão o falso e o verdadeiro se confundem, e as nossas partes boas e más se misturam... 
A grande Guiné está cheia de triunfos, só falta saber quem ergueu os Césares?